sexta-feira, 4 de março de 2011

João Bosco Paes de Barros comenta MP investiga bens de ex-presidente do TJ-SP

MP investiga bens de ex-presidente do TJ-SP

O Ministério Público rastreia denúncia de suposto enriquecimento ilícito e tráfico de influência envolvendo o ex-presidente do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, desembargador Antonio Carlos Viana Santos, que morreu em 26 de janeiro, aos 68 anos.
Viana teria adquirido, nos últimos meses de sua vida, bens em valores muito superiores aos seus rendimentos como magistrado - com 42 anos de carreira, o seu contracheque alcançava R$ 30 mil, valor bruto, incluídos quinquênios e outros benefícios da toga. O orçamento era reforçado ainda com uma aposentadoria de professor.
A investigação se baseia em denúncia que preenche 11 páginas - cópias chegaram à Polícia Federal, Receita, TJ e Ministério Público dez dias antes de Viana morrer. O relato, de uma pessoa que se identifica como 'pecuarista e ex-prefeito', aponta dados sobre a evolução patrimonial do desembargador. O Ministério Público abriu procedimento preparatório de inquérito civil - no âmbito penal, em caso de morte do investigado, a punibilidade fica extinta; mas, no aspecto civil, providências podem ser tomadas para identificar beneficiários.
Um item do acervo é o Porsche Cayenne preto, ano 2011, placas EBM-7373, que Viana adquiriu em dezembro. Ele transferiu o carro, avaliado em R$ 340 mil, para o nome de Maria Luiza Pereira Viana Santos, sua mulher, em 7 de janeiro. Outros itens apontados são dois imóveis, nos Jardins, um deles na Rua José Maria Lisboa, de R$ 1,4 milhão.
Viana foi encontrado morto em sua casa, vítima provavelmente de infarto agudo do miocárdio. A polícia investiga a morte. Depoimentos indicam graves desavenças familiares.
Valores. O autor da representação diz que foi alvo de uma ação e, por meio de sua procuradora, conheceu uma advogada, ex-aluna de Viana. Ele diz que participou de um almoço-reunião com pessoa próxima de Viana em um restaurante da Alameda Lorena e ela teria dito que seus honorários eram R$ 200 mil, 'facilitados em três parcelas' - R$ 100 mil à vista e duas de R$ 50 mil.
'Acreditando no ótimo 'assessoramento jurídico' aceitei o valor a ser pago, condicionando o pagamento da primeira parcela, em espécie, em um próximo encontro naquele mesmo local, mas com a presença do presidente do tribunal, pois além da oportunidade de conhecê-lo pessoalmente, queria ter a certeza que o mesmo estava a par de tudo e, principalmente, queria ouvir do próprio presidente do TJ-SP o que seria feito e o esperado resultado', diz o denunciante. 'Fomos recepcionados pelo próprio proprietário, o qual já tinha uma mesa reservada', afirma. 'Após alto consumo de álcool, já me considerando amigo, fiz questão de entregar o dinheiro para o Viana, acondicionado em uma caixa de sapato dentro de uma sacola.'

'Pediu para depositar os próximos R$ 50 mil em uma conta do Banco do Brasil que, para minha surpresa, tinha como titular o próprio presidente do tribunal', diz. 'Obtive resultado desfavorável na demanda judicial.
Após assumir a presidência do TJ, Viana passou por grande mudança na vida, principalmente financeira.'

sábado, 10 de outubro de 2009

João Bosco Paes de Barros

O trabalho profissional do engenheiro João Bosco Paes de Barros para a Justiça tem sido de alto gabarito como pode ser verificado no site: WWW.paesdebarrosassociados.com.br.

A acusação de ter levado dinheiro para Juiz modificar sentença é incompatível com a qualidade desse seu trabalho.
Única ambição do perito é ser julgado pelo seu trabalho técnico, que foi produzido com esmero e obedecendo a corretos padrões matemáticos.

A acusação, além de ser uma inverdade, consta se tratar de uma acusação verbal.
Todos que labutam na justiça sabem que não existe essa história de “dar dinheiro para Juiz”. Os Juízes são pessoas acima das veleidades correntes.

É estranho que a procuradoria insista em provar o contrário e mais, tornar isso público.

O inimigo da Justiça não são os peritos especialmente este que diligentemente perfaz seu trabalho. O inimigo da Justiça é não saber lidar com um problema comum no dia-a-dia da Justiça: de a parte não se conformar com a decisão do juiz, tomá-la como pessoal e não como uma decisão decorrente do direito.
Consta nos autos que o advogado Carlos Alberto da Penha Stella, OAB 40878, ao qual se imputa esta barbaridade, ter NEGADO que tenha feito essa acusação.
É preciso corrigir os nomes e o texto. O jornalismo precisa fornecer informações corretas e não se colocar na posição de criadores de verdades, substituindo a investigação policial ou promotorias, substituindo o juiz em sua sentença, substituindo o carrasco quando publica sentença dessa forma elaborada.
O perito não irá processar o jornalista por CALÚNIA. O que seria cabível. Considera que o problema não é seu, mas da própria JUSTIÇA. Se ela permite que jornalistas, qualquer um, substituam toda a cadeia processual e façam suas próprias condenações, está diminuindo o papel da Justiça além de poder ser entendida como uma tentativa de influir em seu resultado.
Dever-se-ia também valorizar o direito de resposta publicando o processo em seu todo, o que mostraria, neste caso, a fraqueza dos argumentos usados para o indiciamento. MAS NÃO! O processo corre em SEGREDO DE JUSTIÇA, isto é; aquele que é pública e levianamente acusado e condenado (com anuência da Justiça, creio, pois ela pode interromper a publicação a qualquer momento – tem o poder para isso) não pode se defender com os fatos e números que constam... NO PRÓPRIO PROCESSO.
O acusado, engenheiro João Bosco Paes de Barros, se vê obrigado a usar os meios da Internet para fazer sua defesa, UMA VEZ QUE O ILUSTRE JORNALISTA NÃO COLOCOU INFORMAÇÕES CORRETAS E NÃO LHE CONCEDEU O DIREITO DE RESPOSTA EM SEU ARTIGO.

Ou, nas palavras do jornalista Pedro Porfírio http://www.porfiriolivre.com/ em 02/10/2009:

“É isso: qualquer um pode dizer sandices a meu respeito, porque está em pleno vigor a temporada de triunfo da mediocridade ampla, geral e irrestrita. Temporada em que qualquer boçal pode ser ministro de Estado e qualquer doidivana pode agredir sem ter lido meus escritos em profundidade, hábito que a modernidade suprimiu.”
Vê-se que o jornalista se incomoda quando é dele que se trata....
O artigo publicado, que segue no link abaixo, de autoria de Fernando Porfírio é apenas uma peça difamatória, aproveitando-se de formulações da procuradoria. Sequer foi colhido o depoimento do acusado.

Vida de empresa
Juiz é acusado de cobrar para não decretar falência
Autor: Fernando Porfírio
http://www.conjur.com.br/

sábado, 26 de janeiro de 2008

Ézio Rahal Melillo, nascido em São Manuel, cidade em que sempre morou, casado há 27 anos com Rita de Cássia Gonzalez Martucci Melillo, psicóloga, com quem tem dois filhos, Cássia, 26 anos, e Ivan, 21 anos. Graduou-se em direito em dezembro de 1981, quando foi convidado por seu então professor da Faculdade de Direito, Dr. Antonio Hermínio Delevedove, a trabalhar em seu escritório em Botucatu, localizado na rua José Vitoriano Villas Boas, 435, e assim iniciou sua carreira nessa vizinha cidade, onde trabalhou de 1982 a 1987. Em função de os profissionais desse escritório buscarem cada um o seu próprio espaço profissional, em 1988, Ézio montou o seu próprio escritório na mesma cidade, na rua Silva Jardim, 228, em sociedade com a advogada Nilze Maria Pinheiro Aranha, a qual também trabalhava com o Dr. Delevedove.Atuou em várias áreas da advocacia (Cível, Trabalhista, Previdenciária). No decorrer de sua experiência profissional, escolheu o Direito Previdenciário como a área na qual especializou-se. Com isso, as ações previdenciárias passaram a predominar a atividade do escritório. Realizou, em sua trajetória profissional, parcerias em dezenas de cidades no Estado de São Paulo, o que justifica, proporcionalmente, a grande demanda de ações previdenciárias patrocinadas por seu escritório. Entretanto, nessa trajetória de trabalho comprovadamente honesto, uma fatalidade, ou seja, uma única e infeliz parceria iniciada em 1991, com o também advogado Francisco Alberto de Moura Silva, à época técnico em contabilidade, com escritório em São Manuel, resultou ao advogado Ézio Rahal Melillo, para a sua surpresa, 400 processos criminais e mais 400 inquéritos policiais.Ézio Rahal Melillo jamais fora processado antes dessa malfadada e fatídica parceria!
Como tudo aconteceu
Ézio, aos poucos, criou parcerias em diversas cidades do Estado de São Paulo, inclusive em São Manuel. No entanto, não era possível estar ao mesmo tempo em todos os lugares onde essas parcerias foram criadas. O tempo que poderia dedicar a cada uma delas era muito escasso. A solução encontrada foi a CONFIANÇA! Afinal, sem a coragem de confiar não há parcerias, não há relacionamentos, não há trabalho e tampouco crescimento! Ézio não tinha motivos para desconfiar dos profissionais - os quais foram por ele cuidadosamente escolhidos - e nem mesmo para não lhes dar autonomia de atender aos clientes, colhendo os documentos necessários para o ingresso das ações de aposentadoria.Na cidade de São Manuel, Ézio somente podia dedicar de seu tempo um dia por semana, no período da manhã, geralmente às terças-feiras. O trabalho especificamente realizado por ele era o suporte processual (audiência, recurso, etc.). Raramente Ézio tinha contato com os clientes no primeiro atendimento - ocasião em que os documentos são entregues ao advogado. Esses fatos são comprovados pelas testemunhas ouvidas em juízo, e que, na grande maioria, confirmam jamais terem entregue qualquer documento a Ézio, como também muitas mostram que nunca tiveram contato com ele, ou ainda, nem sequer o conhecem. Esses depoimentos ratificam como era escasso o tempo que Ézio tinha para se dedicar ao contato direto com o cliente, pois se dedicava inteiramente à fluência e ao bom prosseguimento dos processos.
Como o trabalho acontecia
Os parceiros responsáveis pelo contato com os clientes, inclusive em São Manuel, enviavam cópias das CTPS (nunca os originais) dos documentos recebidos dos beneficiários, para o escritório de Ézio Rahal Melillo na cidade de Botucatu, na rua Silva Jardim, 228, onde seus estagiários verificavam se tais documentos preenchiam os requisitos legais. Os mesmos estagiários montavam as petições iniciais da Ação Previdenciária e as encaminhavam para os advogados contratados por Ézio, os quais trabalhavam no mesmo escritório, para que corrigissem a inicial e conferissem as cópias da documentação. Após esse trâmite, a ação era encaminhada a Ézio para a assinatura da petição inicial. Portanto, as cópias das CTPS e demais documentos que chegavam até Ézio tornavam impossível qualquer desconfiança por parte dele no que se refere à falta de veracidade nos documentos originais. Como e por que desconfiar de fotocópias que eram encaminhadas por parceiros de trabalho?
Fraude
Em São Manuel houve uma ação da Polícia Federal de Bauru, motivada por questões políticas, das quais Ézio comprovadamente nunca participou, para apurar supostas fraudes em Carteiras de Trabalho e Previdência Social arrecadadas por Francisco Alberto de Moura Silva, somando a apreensão de aproximadamente 1000 Carteiras de Trabalho.
Fato isolado
Ressalte-se, no entanto, que a apreensão na Comarca de São Manuel caracteriza-se como fato absolutamente isolado, uma vez que nas demais Comarcas em que Ézio atua com outras parcerias nunca houve qualquer expediente que pudesse macular o trabalho por ele desenvolvido.
A infeliz parceria
A parceria em São Manuel foi com advogado Francisco Alberto de Moura e Silva, que ocupou o cargo de vereador nos anos de 1993 a 1996 e, após cumprir seu mandato na Câmara Municipal de São Manuel, elegeu-se vice-prefeito no período de 1997 a 2000, juntamente com o prefeito Luiz Celso Luizetto. No ano de 2000, disputou novamente a vice-prefeitura, só que dessa vez com o candidato a prefeito Marcos Roberto Casquel Monti. Francisco Moura era ligado a várias instituições de caridade, era maçom, espírita, contador e gozava de prestígio junto à comunidade de São Manuel.
Confiança
Por se tratar justamente de pessoa que gozava de prestígio junto à comunidade de São Manuel, Ézio jamais desconfiou da idoneidade de Chico Moura.
Polícia Federal
No dia 7 de julho de 2000 (3 meses antes das eleições municipais), a Polícia Federal de Bauru realizou uma operação para apreender as Carteiras arrecadadas por Francisco Moura, o que provavelmente colaborou para sua derrota eleitoral.
De réu primário, a partir desse dia, Ézio passa a ser portador de antecedentes criminais imensuráveis
O delegado da Polícia Federal da cidade de Bauru (SP), responsável pela investigação, transformou cada Carteira (CTPS) investigada em um processo criminal. Portanto, Ézio, sem saber que as CTPSs tinham suspeita de adulteração, por não ter acesso ao documento original, de réu primário, passou a ser considerado, do dia para noite, um infrator da lei, com uma imensa ficha de antecedentes criminais.Será que uma pessoa pode dormir honesta, vivendo de acordo com princípios éticos, e acordar um transgressor da lei, um bandido? Surpresa
Ézio Rahal Melillo, surpreso com a notícia da apreensão das CTPS, não conseguia entender a razão de todo o acontecido, pelo fato de desconhecer totalmente os atos realizados por Francisco Moura, que se limitou a atribuir a investigação policial a uma grande perseguição política, cuja intenção seria atingi-lo diretamente em sua campanha para a reeleição municipal ao cargo de vice-prefeito. No entanto, pela forma idônea com que Ézio sempre trabalhou, não se permitiu fazer uma avaliação prematura do ocorrido. Qualquer julgamento poderia ser precipitado, principalmente pelo fato de Ézio nunca ter acesso aos documentos originais e as fotocópias não lhe darem nenhuma indicação de qualquer irregularidade, para que pudesse cobrar de Francisco uma explicação da utilização de seu nome para práticas ilícitas que ele desconhecia e com as quais jamais concordaria. Então, Ézio iniciou a sua longa jornada pela verdade!
O caminho percorrido pelos pedidos de aposentadoria
Nas ações previdenciárias, todos os documentos em cópias foram unidos e verificados pelos procuradores do INSS, bem como pelo crivo de um Juiz togado.Nas audiências de Instrução e Julgamento (dos pedidos de aposentadoria), o Instituto Nacional de Previdência Social, através de seu Procurador, optou por não requerer: - o depoimento pessoal dos beneficiários para que comprovassem os períodos anotados em suas CTPSs; - o incidente de falsidade das respectivas carteiras; - diligência para verificar a autenticidade dos registros anotados nas carteiras investigadas.Incumbências essas do INSS em todos os pedidos de aposentadoria.Se o INSS cumprisse com a sua responsabilidade, essas questões levantadas viriam à tona naquele momento, fazendo com que Ézio tomasse conhecimento que era vítima de uma malfadada parceria.
Afinal, foi uma armação política?
Os processos já haviam passado por órgãos fiscalizadores competentes e nenhuma irregularidade havia sido apontada e jamais qualquer suspeita foi levantada nesse sentido, por quaisquer funcionários responsáveis por essa verificação. Ao mesmo tempo, o Prefeito Municipal de São Manuel eleito nesse período, do partido oposto ao do candidato Chico Moura “abre as portas da Prefeitura Municipal” para a Polícia Federal interrogar os “velhinhos”, titulares das CTPSs com suspeitas de adulteração, e centenas de velhinhos assustados foram interrogados por várias equipes da Polícia Federal. Muitos deles foram ouvidos mais de uma vez. Há depoimentos de idosos, ouvidos posteriormente em juízo (no Fórum), que afirmam que os interrogatórios realizados na Prefeitura, pela Polícia Federal, estranhamente, “foram caracterizados por extrema pressão psicológica”.
Fogo cruzado
Diante dos fatos, Ézio foi levado a acreditar que as acusações investigadas se deviam apenas, única e somente a uma disputa política, e que em breve tudo se esclareceria. Afinal, Ézio não tinha com o que se preocupar ou temer. Aos poucos, pôde perceber que estava situado no meio de um “fogo cruzado”, enquanto a “disputa” de ambos os lados se intensificava na busca por interesses próprios.
Reflexão
A quem pertence a responsabilidade de verificação da veracidade das anotações nas CTPSs: - ao advogado que somente assinou a petição inicial? - ao Procurador do INSS, que pode solicitar quaisquer diligências?- ao Juiz?- aos desembargadores?
Roubo?
As aposentadorias consideradas indevidas foram integralmente recebidas pelos beneficiários durante anos. Portanto, qual seria a vantagem desse suposto “roubo”?
Suspensão e Renúncia
À medida que Ézio, gradativamente, tomou conhecimento de que havia anotações em CTPSs que não eram confirmadas pelos seus beneficiários, imediatamente suspendeu, e posteriormente renunciou, seus poderes nesses processos.
Relação de Ézio com o INSS
- Ézio tem 26 anos de contribuição pelo INSS e IPESP;- Sua esposa, 20 anos de contribuição do INSS;- Inscreveu sua filha como contribuinte aos 14 anos; - Seu filho, aos 16, devido à mudança na lei; - Sua mãe é professora estadual aposentada há 40 anos pelo IPESP e há 35 anos pelo INSS, e seu pai, falecido em 1994, foi aposentado pelo INSS. Será que seu perfil pessoal e profissional pode ser desprezado pela justiça? Será possível uma pessoa com passado correto perante a lei e a ordem ser caracterizado como fraudador do INSS?
Testemunhas de acusação
Para provar sua inocência, Ézio realizou um minucioso levantamento estatístico dos depoimentos das testemunhas de acusação. Esses depoimentos falam por si só! Mostram claramente como era a relação que Ézio mantinha com os clientes, ou seja, muito diferente da que Chico Moura estabelecia com os mesmos, sendo o único a ter acesso às CTPSs originais. Esse levantamento demonstra a inocência de Ézio com provas contundentes. A grande maioria das testemunhas de acusação afirma nem sequer conhecer Ézio ou ainda que jamais teve qualquer contato pessoal com ele. Vale também esclarecer que há alguns depoimentos contraditórios no que se refere à entrega de documentos, os quais estão sendo investigados.Responsabilidade pelo que desconhece
Ézio nunca teve conhecimento de qualquer anotação inverídica realizada nos originais das CTPSs, pois as cópias às quais tinha acesso não lhes davam essa indicação, como já esclarecido. Caso suspeitasse de qualquer adulteração efetuada, de forma alguma teria ingressado com uma ação de aposentadoria cuja procedência e veracidade fossem duvidosas. Pela sua conduta, Ézio jamais agiria dessa forma.Cabe refletir que o advogado, que é mandatário, representa a parte em Juízo e não é parte no processo Cível. O advogado não pode ser responsabilizado por documentos pertencentes ao autor de um processo, pois os mesmos não foram produzidos por ele.
Negligência
Ézio pode ser acusado de negligência, descuido ou desatenção, por não ter procurado conferir cada documento original com as cópias que lhe foram encaminhadas, embora se saiba da dificuldade que existe em conferir a veracidade de cada documento que nos é entregue, principalmente quando se trata de fotocópias. Mas, será possível trabalhar sem confiança? Construir parcerias? Mesmo assim, consideremos o fato como uma grande negligência!Portanto, ser acusado de falsificador não corresponde à veracidade dos fatos, pois não há uma prova sequer que o leve a esse julgamento! Inúmeras testemunhas foram ouvidas e nenhuma relata que Ézio tenha preenchido CTPS ou sugerido qualquer ação do gênero, enquanto a maioria delas afirma, através de relatos diversos sobre os procedimentos, que estes foram adotados por Francisco Moura, evidenciando a profunda distinção de atitudes entre Francisco Moura e Ézio Melillo; mas, no entanto, a Justiça não reconhece a individualização das condutas.
Justiça Federal
De acordo com o Código de Processo Penal, cabe ao órgão acusador provar a culpa do acusado. Numa inversão de papéis, um absurdo jurídico está acontecendo, contrariando todos os mandamentos constitucionais: enquanto a Justiça não consegue provar a culpa de Ézio, este necessita provar a sua inocência incansavelmente!
O que fazer?
Não obstante, todo o profissionalismo e presteza que sempre nortearam o exercício da advocacia durante toda sua trajetória profissional, e milhares de pessoas em todo o Estado de São Paulo que hoje sobrevivem graças aos benefícios pagos pelo INSS, obtidos em razão de condenações judiciais oriundas de processos patrocinados unicamente por Ézio, este se encontra privado de sua liberdade, respondendo criminalmente a mais de 400 processos e figurando em aproximadamente outros 400 inquéritos.É incompreensível e inexplicável como Ézio não tenha logrado sucesso em provar sua inocência, apesar das evidências e dos esforços exaustivamente demonstrados nesse sentido.Ézio já cumpriu mais de três anos de prisão em regime fechado e atualmente está recolhido em prisão domiciliar na cidade de São Manuel, Estado de São Paulo.
Resta a pergunta
Como provar sua inocência em vista de provas irrefutáveis a seu favor não reconhecidas e completamente desprezadas? Como fazer a verdade vir à tona? Vale questionar
Ézio é nascido e criado em São Manuel, lugar onde fincou profundas raízes, casou-se, criou seus filhos e onde vive até hoje com a sua família. O fato ocorrido em São Manuel foi um fato isolado. Ézio nunca teve qualquer processo criminal nas outras cidades onde trabalha.
A esta altura não adianta saber quem atirou a flecha e, sim, arrumar uma solução para retirá-la
Conforme já mencionado, cada Carteira de Trabalho foi transformada em um processo. Quando há condenação, cada uma representa, em média, 3 anos e 4 meses. A multiplicação de 1000 por 3 anos e 4 meses será o total de penas a serem cumpridas, ou seja, mais de 3400 anos de condenação, sendo que tais condenações têm-se baseado nos antecedentes criminais, que são frutos de um único ato, a apreensão das CTPSs. Que ironia! Para a Justiça parece que Ézio nasceu no dia da apreensão das CTPSs, em 7 de julho de 2000, pois a sua vida pregressa não está sendo considerada.Cabe observar ainda que, enquanto todos os processos não forem julgados não se pode solicitar a execução das penas, na tentativa de buscar uma pena média e coerente, uma unificação legalmente cabível. Será preciso nascer mais ou menos umas 35 vezes para ter tempo suficiente para cumprir essas penas!O que fazer? Como resolver este problema? Como retirar essa flecha?A inocência de Ézio o impulsiona a continuar lutando para trazer à tona a verdade de todos os seus atos, embora essa injustiça tenha causado um irreparável sofrimento a Ézio e a toda sua família.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Apertem os cérebros, o emprego sumiu

16/11/2007 - 19:12 Edição nº 496
Apertem os cérebros, o emprego sumiu
Os candidatos a empreendedor já descobriram que elaborar um plano de negócios é mais importante que preparar um currículo
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RICARDO NEVESé consultor de empresas e escreve quinzenalmente em ÉPOCA. É autor do livro Novo Mundo Digital, volume I da trilogia Renascença Digital. www.ricardoneves.com.br rneves@edglobo.com.br
Uma das heranças do já meio distante século XX é o hábito de intercambiar as palavras trabalho e emprego. Assim, por extensão e por negação, desemprego inspira automaticamente compaixão. Alguém sem uma atividade que lhe renda salário, sem ocupação que lhe permita sobreviver é visto como vítima de um sistema cruel. Foi assim que estar desempregado se tornou a pior fase da vida, equivalente a estar no limbo da sociedade, a se tornar um morto-vivo.
Isso não era um problema tão grande enquanto as empresas alimentavam o mito da estabilidade no emprego. Mas aí, por volta dos anos 1980, pressionadas pela concorrência que se tornava global e auxiliadas pelos avanços da tecnologia em todas as áreas do conhecimento, as empresas deslancharam programas de aumento da produtividade, a maior parte deles conhecida como reengenharia. O objetivo básico da reengenharia é levar a empresa a fazer-mais-com-menos. Maior quantidade de produtos e serviços consumindo menos matéria-prima, menos energia, menos refugo e, claro, com menos esforço humano. Isso significa trabalho para menos gente, pelo menos nos empregos tradicionais. Nos anos 90, na esteira da globalização acelerada pela tecnologia da informação, aconteceu outra coisa inesperada: a possibilidade de contratar a mão-de-obra onde ela fosse mais barata. Exemplo: um trabalhador chinês no setor automotivo custa US$ 2 por hora e o americano US$ 60. Onde você acha que serão fabricados os carros do século XXI?
Parece um cenário catastrófico, mas não é. Com maior produtividade, a sociedade libera recursos para investir em novas necessidades. É por isso que o setor de serviços cresceu tanto, no mundo inteiro – e finalmente passou, em número de trabalhadores, a agricultura, campeã da ocupação nos últimos 10 mil anos. O problema é que, neste mundo novo, as oportunidades não estão onde costumavam estar. E nosso sistema de formação dos jovens se encontra obsoleto e divorciado da realidade. Não se trata meramente de qualidade do ensino. O sistema está distante das demandas do mercado de trabalho e demora tempo demais para formar jovens nas atividades que vão sendo requeridas. Forma-se, então, um paradoxo. As empresas procuram trabalhadores, mas não aqueles que estão procurando as empresas. Só no setor de tecnologia da informação, tipicamente jovem, o Brasil tem 40 mil vagas que não consegue preencher, ao mesmo tempo que a taxa de desemprego entre jovens está por volta dos 30%, o dobro da média para a população inteira.
No setor de tecnologia da informação, o Brasil tem 40 mil vagas, mas faltam candidatos para ocupá-las
Neste mundo novo, mais dinâmico, o sistema de ensino superior mais atrapalha que ajuda. O vestibular obriga a maior parte dos jovens a fazer opções para a vida inteira aos 16, 17 anos, sem muita noção do que o mercado procura, de suas habilidades pessoais e das oportunidades que a faculdade oferece. Por isso, tantas desistências no meio do curso, um custo alto tanto para os indivíduos como para o país. E, por isso, tanta gente faz duas faculdades ao mesmo tempo, durante vários semestres. Pior, o ensino superior acaba se configurando como uma máquina de formar um exército de jovens que, no lugar de ter clareza, capacitação e competência para buscar ocupações produtivas, tornam-se zumbis procuradores de empregos, ocupados em panfletar seus currículos sem perceber onde estão as grandes oportunidades.
Com esse diagnóstico, a Sociedade Brasileira de Física encaminhou recentemente ao MEC uma proposta de mudanças radicais no sistema educacional. “A especialização excessiva em cursos universitários tornou-se anacrônica no mundo de hoje, onde o recorte de s profissões é cada vez mais dinâmico”, diz o documento. “O treinamento de profissionais para tarefas específicas tem sido feito freqüentemente nas próprias empresas, que procuram cada vez mais profissionais versáteis, com capacidade de resolução de problemas e boa formação.” Eles propõem uma formação mais geral. Seria um modelo parecido com o americano, em que os dois primeiros anos de formação superior são tão amplos que permitem ao aluno decidir, depois, entre áreas tão diversas quanto Psicologia ou Direito.
Por causa das falhas na universidade, muitos jovens optam por empresas em vez de carreiras. Preferem estar num lugar que lhes dará oportunidades, sejam eles jornalistas, médicos, engenheiros etc. No entanto, nesse caminho não existe mais segurança. Nenhuma empresa, de qualquer porte ou setor, promete mais aos empregados mantê-los por toda a vida produtiva, como nas gerações passadas. E, claro, nas grandes empresas as vagas são ultradisputadas. Não há lugar para todos. A frustração que resulta dessa aritmética ajuda a levar ao sonho do emprego público.
VESTIBULARO sistema de ensino obriga os jovens a fazer, aos 17 anos, opções para a vida inteira, mas eles não têm noção do que o mercado vai querer
Há poucas coisas mais tristes que ver um jovem tornar-se um ser humano de perspectivas curtas ainda na entrada da idade adulta. É na juventude que os indivíduos em geral sonham com vôos mais altos, que apostam suas energias para trazer à vida grandes projetos. Mas no Brasil vem-se formando uma indústria de empresas e escolas voltadas para preparar os jovens para concursos públicos. O prêmio a ser conquistado é, mais que realização profissional, segurança e estabilidade. Uma pesquisa feita em uma faculdade de Direito do Rio de Janeiro mostrou que 88% dos alunos pretendem fazer concurso público. Desses, 93% afirmam que o serviço público é melhor que a iniciativa privada simplesmente porque é mais seguro, tem menos estresse e eventualmente paga melhor. Será essa uma juventude que se tornará velha, conservadora e tacanha ainda aos 20 anos? O serviço público pode e deve atrair vocações, mas hoje interessa principalmente a quem tem horror ao risco.
Felizmente, assim como há gente que busca a segurança, há aqueles que abraçam o sonho – e o risco. Muita gente começou a se inspirar na história de que o sucesso na vida vem de realizações, mais que de títulos. Essa comunidade é minoria, mas a história é uma festa em que as minorias animadas fazem sempre a maioria dançar sua música. Hoje em dia, são os empreendedores, e não instituições e governos, que estão revolucionando o planeta, desbravando o mundo digital.
Os candidatos a empreendedor são influenciados pelas mais variadas histórias de sucesso, desde Bill Gates e Steve Jobs (Microsoft e Apple) até o comandante Rolim (TAM) e Alberto Saraiva (Habib’s). Eles entenderam duas regras inspiradoras. Primeira: descubra algo que adora fazer e você nunca mais vai ter de trabalhar. Segunda: elaborar um plano de negócios é mais importante que preparar um currículo.
Uma regra inspiradora: descubra algo que você adora fazer e nunca mais vai precisar trabalhar
Um amigo me relatou que sua filha adolescente decidiu seguir a carreira artística. Talentosa em artes cênicas, ela não vê nenhum benefício em atrapalhar sua carreira nascente com um vestibular. Um anúncio desses pode provocar um cataclismo numa família de classe média. Meu amigo adotou postura diferente. Puxou na internet várias biografias de Shakespeare e Molière e começou a mostrar a sua filha que, mais que pensar apenas em escrever, ambos foram empresários e empreendedores. Molière não era apenas escritor, ator e diretor. Entendia como ninguém os desafios de montar uma turnê. Conhecia todos os pontos de troca de cavalos de carruagem – é o que hoje chamamos de logística – que permitiriam naquela época minimizar custos e deslocamentos atrás dos mais rentáveis palcos da França. Shakespeare não dependia de mecenas, tampouco de leis Rouanets, Embrafilmes ou Petrobras. Sabia, isso sim, fazer o marketing inovador, estratégico e adequado para tornar seu teatro o mais bem-sucedido empreendimento de entretenimento de alto nível da Inglaterra elisabetana.
Projeto é o termo que sucederá a palavra emprego. Uma pesquisa do Instituto Cidadania, ONG ligada ao PT, mostrou que um de cada três jovens brasileiros gostaria de ter o próprio negócio. Sai Che Guevara e entram os modernos empreendedores? Provavelmente, os jovens do meio do século XXI estarão mais confortáveis num mundo onde o emprego, da forma como o entendemos, restará apenas de forma marginal. Terão aprendido a viver planejando e realizando projetos. Curtos, longos, sazonais, seriais e paralelos. De horário integral ou não. Porém projetos.